Presidente Zagonel fez duras críticas ao atual modelo utilizado no tranposre

O tema do transporte coletivo urbano em Concórdia voltou a dominar os debates na Câmara de Vereadores após o anúncio de que a Prefeitura terá que pagar novamente subsídios à empresa concessionária do serviço. A decisão, determinada pela Justiça, prevê o repasse de aproximadamente R$ 2 milhões até o momento, com possibilidade de novos valores mensais até o fim do contrato, que se encerra em abril de 2026.

A situação foi comentada por diversos vereadores. Closmar Zagonel (MDB), presidente do Legislativo, e Fernanda Dilda (PL), fizeram falas bastante críticas. Ambos demonstraram indignação com os rumos do contrato vigente e cobraram alternativas mais justas e eficazes para o transporte público da cidade.

Zagonel foi enfático ao classificar o atual modelo como “insustentável”. “Estamos diante de um sistema que não atende a população, não respeita os usuários e ainda consome milhões em subsídios. O transporte de Concórdia é o mais caro do Brasil, mesmo com ajuda financeira da Prefeitura. Isso é uma vergonha”, afirmou.

O vereador lembrou que, somente nos últimos anos, foram mais de R$ 6,5 milhões repassados à empresa, entre valores aprovados na Câmara e ações judiciais. Agora, com a nova decisão, o impacto financeiro poderá ultrapassar R$ 21 milhões até o fim do contrato, o que, segundo Zagonel, torna urgente uma mudança estrutural. “Precisamos pensar em um novo modelo. Eu defendo a criação de uma empresa municipal de transporte, com gestão eficiente, horários planejados e estrutura adequada aos usuários. Não dá mais para continuar nesse ciclo de desperdício de dinheiro público”, completou.

A vereadora Fernanda Dilda reforçou a necessidade de revisão contratual e da fórmula de cálculo usada para determinar os subsídios, baseada no número de passageiros por quilômetro rodado (IPK). “O modelo atual é ultrapassado e causa prejuízos tanto ao município quanto à população. Não podemos continuar financiando um sistema que atende apenas cerca de 3% dos concordienses e que não oferece um serviço de qualidade. É revoltante ver ônibus vazios circulando enquanto faltam recursos para outras áreas, como saúde e educação”, destacou.

Dilda também alertou para o risco da continuidade automática dos repasses por força judicial, sem o devido debate com o Legislativo. “Esse é um momento decisivo. Não podemos permitir que a população continue pagando por um contrato mal feito e por uma prestação de serviço deficiente. Já há experiências bem-sucedidas em outros municípios que mudaram seu modelo de transporte. Concórdia precisa fazer o mesmo”, afirmou.

Ambos os vereadores propuseram que seja retomado o debate sobre um novo sistema de transporte urbano, mais moderno, acessível e transparente. Para isso, defendem a participação de todos os parlamentares e o envolvimento do Executivo na construção de uma nova proposta para quando o atual contrato se encerrar.